quarta-feira, junho 17

Fontes Gulbenkian

Gostaria de deixar aqui um artigo de opinião que evidencia a expressão: "Quando a realidade ultrapassa qualquer tipo teoria ou ficcção".



A Urbanização Calouste Gulbenkian é sem dúvida um projecto urbano moderno e bem realizado.



Os prédios são facilmente acessíveis a pessoas com problemas de mobilidade, têm áreas verdes à volta, um campo de jogos comunitário e até um parque infantil.



Por outro lado, as minorias étnicas da vizinhança também gostam muito de algumas das características da nova urbanização.



Uma valência que tem atraído bastante as atenções dos vizinhos de etnia cigana (esta palavra deve ser lida sem conotações pejurativas, pois não é um adjectivo, mas sim um substantivo comum) são os bebedouros/ fontes/ ou simplesmente torneiras colocadas ao redor da urbanização.


É que o sucesso é tal, que estes vizinhos trazem consigo os seus simpáticos animais de estimação.


Infelizmente, estes nem sempre estão domesticados. E às vezes deixam umas prendas desagradáveis no passeio...

Mas se esquecermos o mau-cheiro e o aspecto inerente, tudo isto é natural, biodegradável e acaba por desaparecer com o tempo, portanto.



Por outro lado, os vizinhos étnicos, para além do livre e gratuito uso dos bebedouros, também reclamam para si outro direito - ESTACIONAR as carroças onde bem quiserem e entenderem, nomeadamente em cima da relva.



E não gostam de ser incomodados enquanto se abastecem livremente de água.

É o que se chama um "choque cultural" - que deve ser evitado sempre que uma das partes envolvidas é conhecida por ser violenta e faz-se acompanhar de armas brancas e de fogo

(nesta fotos apanhámos uma senhora armada com um carrinho de bebé de grosso calibre semi-automático com mira telescópica e lança-rockets, a ameaçar arremessá-lo à cabeça de um dos vizinhos étnicos)...



Por outro lado, esta comunidade tem fortes laços familiares.

Aqui vemos a matriarca, acompanhada pela família, a dirigir-se às operações de abastecimento de água.



Cerca de 500 litros de água, cortesia da FAGAR, com os cumprimentos da Câmara Municipal de Faro (um grande bem-haja).




Nesta imagem vemos um excelente exemplo de utilização ecológica da iluminação pública.

O poste também serve para amarrar burros e cavalos, que aqui podem até, comer a relva.



Ora venham daí mais animais, há água e relva em abundância para todos!



E se por acaso os animais estiverem distantes, os vizinhos étnicos dispõem de tecnologia à medida (literalmente) das necessidades - uma carroça cisterna pronta para levar água fresca e potável para os bichos, onde quer que eles estejam.



É um trabalho pesado, mas alguém tem que o fazer.



Aqui em casa, somos dois adultos e um bebé. Pagamos cerca de 17€ mensais de água à FAGAR. Hum, acho que vou arranjar uma dessas cisternas para o meu carro (que não é tão amigo do ambiente mas tem a vantagem de não comer a relva).



E assim acabamos a visita à Fonte Gulbenkian.

Se por acaso você for um cavalo, mula ou burro, se tiver um em casa, qualquer que seja a sua etnia, e hábitos alimentares, seja sempre bem-vindo e sirva-se à vontade nas Fontes Gulbenkian!

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