sábado, dezembro 30

SADDAM HUSSEIN EXECUTADO!

Apesar dos apelos internacionais (onde a União Europeia estava inserida), contra a pena capital, mas com a complacência dos EUA, Saddam Hussein, ex-ditador iraquiano, foi enforcado hoje, às 3h00 da manhã (6h00 da manhã, no Iraque), tendo sido adiada a execução dos outros 2 dirigentes iraquianos, o meio irmão de Saddam, Barzan al-Tikriti e o antigo juiz Awad Hamed al-Bandar.

Saddam Hussein e os outros 2 dirigentes, foram condenados à pena de morte no passado dia 5 de Novembro, num julgamento que gerou muita polémica a nível internacional, tendo sido considerados culpados pela morte de 148 chiitas em Doujaïl.

A morte de Saddam teve lugar num dos dias mais sagrados do calendário muçulmano, celebrando-se hoje a Eid-al-Adha, ou a festa do sacrifício. Representa o sacrifício que Abraão estava disposto a fazer para mostrar o seu amor por Deus ao matar o próprio filho. É no âmbito destas celebrações que os mulçumanos se deslocam até Meca para cumprir uma das "obrigações" da religião.

Esta tomada de decisão é de facto altamente reprovável, pois para além da pena de morte ser um acto “tribal” vai frontalmente contra a dignidade humana e os seus direitos. Acresce ainda que, como é do conhecimento geral, Saddam foi o responsável directo pela morte de milhares de pessoas, tendo no entanto sido condenado “somente” pela morte de 148 pessoas. Então e os outros crimes, porque motivo não foram julgados? Não são condenáveis? Ou não foram provados?

Por outro lado, escolher uma data para a execução que é das mais sagradas na religião muçulmana, após uma guerra do “Ocidente” contra um país islâmico só transformará Saddam Hussein num mártir e pode ser interpretada como uma clara afronta para com este povo, que deveria ter sido evitado e acautelado. Mas não acredito que os “profissionais” da diplomacia e da política internacional dos EUA não tenham reparado neste pequeno (grande) pormenor…Neste sentido, será caso para questionar, o que andará por detrás de tal decisão?

Saddam era presidente do Iraque desde 1979, tendo promovido a guerra com o Irão (anos 80) e bombardeou o povo curdo com gás venenoso.

Em 1990 invadiu o Kuwait, no sentido de controlar o Golfo Pérsico e deu origem à “Tempestade do Deserto” , com uma coligação internacional liderada pelos EUA. Hussein utilizou artifícios de cartão para enganar os aviões das forças aliadas, mandou lançar mísseis contra Israel e escapou a sucessivos ataques aéreos que visavam eliminá-lo. 40 dias depois do inicio da «Tempestade do Deserto» anunciou a retirada do Koweit e manteve-se na liderança do Iraque. A guerra causou a morte entre 150 a 200 mil iraquianos.

Em Março de 2003, as forças militares dos EUA apoiadas pela Inglaterra atacam o Iraque sob o motivo, nunca confirmado, que o regime iraquiano estava a produzir armas de destruição massiva.

1 comentário:

Anónimo disse...

E já andam a divulgar o enforcamento do homem pela internet.

Depois vêm falar, que o enforcamento decorreu de acordo com as normas internacionais para garantir a dignidade humana.

Não sabia que havia normas internacionais para actos de selvajaria...