JSD MANIFESTA-SE EM FARO POR CURSO DE MEDICINA

Após a petição "Curso de Medicina já!", entregue na Assembleia da República e que contou com mais de 9.500 assinaturas, a JSD promoveu este sábado (Dia do Estudante), no Mercado Municipal de Faro, uma manifestação para exigir a criação do Curso de Medicina na Universidade do Algarve.

Esta estrutura partidária, perante a passividade do Governo e dos deputados algarvios eleitos pelo partido socialista em torno desta matéria, vem mais uma vez para o terreno alertar para a necessidade da existência do curso de Medicina no Algarve, relembrando que o Algarve é a região da União Europeia com o menor número de médicos por cada 1000 habitantes.

O nosso país não é propriamente reconhecido pela qualidade dos serviços de saúde que presta. Temos listas de espera, estruturas hospitalares desorganizadas, mal apetrechadas e pouco funcionais, mas também um problema gravíssimo na distribuição geográfica do pessoal de saúde, em especial de médicos. Todos sabem que, o Algarve sempre foi um dos parentes pobres deste país. Ninguém desconhece também que, pela potencialidade turística internacional que alberga e que contribui em muito para a economia nacional, a região algarvia tem que forçosamente produzir serviços de qualidade, que materializem as expectativas da população e dos visitantes, sob pena de hipotecar o futuro.

É, ainda, indispensável relatar a assimetria numérica de médicos por mil habitantes entre as regiões centrais e periféricas. Sendo que, em Lisboa, por exemplo, por cada 1000 habitantes há 5 médicos, ao passo que, no Algarve, para a mesma proporção, não se atinge os 2 médicos por 1000 habitantes. Sublinhe-se esta invulgar discrepância: Portugal tem uma média de 3,1 médicos por 1000 habitantes, a União Europeia de 3,3 e o Algarve de 1,9.

Para combater este cenário nada animador, a JSD considera que é necessário intervir, criando o curso de Medicina na Universidade do Algarve de modo a formar mais profissionais para dar resposta às necessidades da região, constituindo de igual forma um forte impulso para que o Governo desbloqueie o processo referente ao Hospital Central do Algarve que, a par do curso de medicina, deve emergir como vértice da intervenção pública na reconfiguração da rede hospitalar e sustentáculo do acréscimo na prestação de cuidados de saúde aos cidadãos.