domingo, abril 12
A noção do ridículo
Notícia:
Funcionárias da Loja do Cidadão de Faro proibidas de usar saias curtas e decotes.
Confesso que foi com um misto de estranheza e humor que vi a pseudo-notícia no Correio da Manhã.
Em primeiro lugar, torna-se legítimo questionar a relevância dada a tal informação, digna de ser colocada em Manchete. Estou mesmo a ver este tipo de notícia colocada no El País, Le Monde, The Guardian, Die Welt ou Corriere della Sera.
Em segundo lugar, e respeitando quer a acção de formação em si, quer os direitos de personalidade de cada um, não posso deixar de arguir a minha total discordância face a semelhantes imposições.
Uma coisa é definir um conjunto de regras que devem orientar o modo de atendimento e a qualidade do serviço prestado; outra bem diferente é impor injunções que em nada beneficiam ou melhoram os objectivos do serviço de atendimento ao público a eles subjacente.
Obviamente que o decoro é indispensável. Mas, para ser autêntico, deve vir de dentro, do comportamento de cada um, o que exige actuação na formação cívica, na educação e não no vestuário.
Por isso pergunto: desde quando o uso de calças de ganga é prejudicial ou incompatível com um serviço de qualidade!? E que dizer do uso de "perfumes agressivos"!? (haverá noção mais subjectiva!?)
Será que é isto que se chama "viver em Democracia"? Onde chegaremos com estes sinais de (re)progresso? Ou será melhor perguntar: O que nos falta para sermos uma ditadura no seu pior estilo?
A verdade é que mais uma vez o Governo andou anos para trás ao querer suprir a educação que falta ao povo com medidas ditatoriais de indumentária que acabam por ser ridículas.
Já dizia o ditado:
«Liberdade, liberdade quem a tem chama-lhe sua; eu não tenho liberdade nem de pôr o pé na rua».
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5 comentários:
Mais interessante é que as normas foram dadas a conhecer aos funcionários pela Agência de Modernização Administrativa (AMA), que pelos vistos de modernização não tem nada...
Que esquerda tão "fascistóide"...
Mas não é só em Faro.
Estas recomendações foram para o país inteiro.
axo mt bem o lugar da mulher e na cozinha e s for pa lhe dar librdade aumenta s a cozinha...
Por esse andar ainda vao ser obtigadas a usar aquelas meias com costura na perna e depois criam um novo posto de trabalho e poem um fulano qualquer a porta a passar a mao nas pernas das funcionarias para ver se tem mesmo meias ou se a "costura" `e pintada na perna, como fazia o Reitor do Liceu de Faro ha uns bons 50 ou 60 anos!!!
E viva a liberdade!
Nao, nao vao ser "obtigadas"...vao ser "obrigadas"!!!!
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