Pegando no título poderíamos falar acerca de uma panóplia de ...em bom português “coisas”...mas em destaque sugestivo talvez a questão do emprego/desemprego seja sarna para coçar muitos daqueles que se deparam com tal realidade.
Pois bem, são anos de investimento intelectual, psicológico, económico, etc. para se obter uma formação, aposta-se na educação a valer e quando chega a hora de apresentar o curriculum vitae dói na pele de muitos.
Analisando algumas ofertas de emprego verificamos uma serie de obstáculos à entrada de um recém licenciado, vejamos:
a) “experiência mínima de 3 anos na área” - agora digam-me quantos recém licenciados têm experiência de 3 anos na área em que se formam? Logo aqui as oportunidades seguem um ciclo vicioso, são para aqueles que já desempenharam tais funções...”roda o disco e toca o mesmo” (não desvalorizando obviamente tais casos).
b) “oferta de estágios não remunerados” - não é uma via 100% criticável mas como tudo apresenta um mas...quantas são as pessoas que se sujeitam a este tipo de situações? Pessoas que pretendem encher curriculum, ganhar experiência e sofrem caladas por após anos de estudo se entregarem a um mundo de “escravidão”. Sim, tiremos as aspas e dizei Escravos Modernos, talvez seja uma boa definição para o que os jovens e tantos mais se submetem. Ganham com isto os empregadores que vão oferecendo estágios por míseros tostões ou simples letras num curriculum e aprendizagem de médio/curto prazo.
c)“...emprego público” - aqui entra então a triste situação vivida muitos daqueles que concorrem a empregos para a função pública, mais propriamente a grande parte das câmaras municipais do nosso país. São divulgados os concursos e tudo o que diz respeito aos mesmos, mas triste é se saber que apesar de se realizarem entrevistas aos imensos candidatos, antes mesmo do concurso ser divulgado já existe uma pessoa para ocupar tal cargo. São assim as câmaras transparentes e produtivas...a jogar areia para os olhos de muitos, a recrutar pessoas possivelmente sem as melhores competências, enfim...
Pode-se talvez dizer que o “Factor C” ainda comanda e muito a nossa sociedade...aliás deixemos tal definição tão gasta e pouco explicativa do bom e mau disto e arrisco-me a falar em rede social de contactos activos...Tirar um curso não basta, parece que na “selva quem manda é o rei”...melhor dizendo, na procura de emprego entra numa bola de neve, conquista uma boa rede social e arrisca.
Ao que nós chegámos!!!...
Senso comum.
Susana Silva
Pois bem, são anos de investimento intelectual, psicológico, económico, etc. para se obter uma formação, aposta-se na educação a valer e quando chega a hora de apresentar o curriculum vitae dói na pele de muitos.
Analisando algumas ofertas de emprego verificamos uma serie de obstáculos à entrada de um recém licenciado, vejamos:
a) “experiência mínima de 3 anos na área” - agora digam-me quantos recém licenciados têm experiência de 3 anos na área em que se formam? Logo aqui as oportunidades seguem um ciclo vicioso, são para aqueles que já desempenharam tais funções...”roda o disco e toca o mesmo” (não desvalorizando obviamente tais casos).
b) “oferta de estágios não remunerados” - não é uma via 100% criticável mas como tudo apresenta um mas...quantas são as pessoas que se sujeitam a este tipo de situações? Pessoas que pretendem encher curriculum, ganhar experiência e sofrem caladas por após anos de estudo se entregarem a um mundo de “escravidão”. Sim, tiremos as aspas e dizei Escravos Modernos, talvez seja uma boa definição para o que os jovens e tantos mais se submetem. Ganham com isto os empregadores que vão oferecendo estágios por míseros tostões ou simples letras num curriculum e aprendizagem de médio/curto prazo.
c)“...emprego público” - aqui entra então a triste situação vivida muitos daqueles que concorrem a empregos para a função pública, mais propriamente a grande parte das câmaras municipais do nosso país. São divulgados os concursos e tudo o que diz respeito aos mesmos, mas triste é se saber que apesar de se realizarem entrevistas aos imensos candidatos, antes mesmo do concurso ser divulgado já existe uma pessoa para ocupar tal cargo. São assim as câmaras transparentes e produtivas...a jogar areia para os olhos de muitos, a recrutar pessoas possivelmente sem as melhores competências, enfim...
Pode-se talvez dizer que o “Factor C” ainda comanda e muito a nossa sociedade...aliás deixemos tal definição tão gasta e pouco explicativa do bom e mau disto e arrisco-me a falar em rede social de contactos activos...Tirar um curso não basta, parece que na “selva quem manda é o rei”...melhor dizendo, na procura de emprego entra numa bola de neve, conquista uma boa rede social e arrisca.
Ao que nós chegámos!!!...
Senso comum.
Susana Silva
1 comentário:
Gostaria de relacionar esta questão com a introdução do processo de Bolonha no plano de estudos do segmento universitário. Com esta implementação, cujo principal objectivo é a mobilidade de estudantes (diga-se que por enquanto não está a ser atingido), a verdade é que os alunos terminam o seu curso em regra geral com idades compreendidas entre os 21 e 23 anos e com conteúdos científicos duvidosos para abordarem o mercado de trabalho. É um facto que é impossível formar alguém em apenas 3 anos, pois é impossível ensinar alguém a ser engenheiro ou gestor (por ex) num período tão curto de tempo.
Vejamos portanto a óptica da entidade empregadora: será que vale a pena contratar um recém-licenciado tendo em conta que as suas competências demoram tempo a serem optimizadas?! se posso garantir que tenho um funcionário com experiência profissional, irei optar por um recém-licenciado que necessita de ser bem limado?! Infelizmente esta é a realidade.
Agora vejamos, os estudantes para combater esta realidade têm optado essencialmente por 2 opções:
a) submeterem-se à realidade e serem literalmente "aproveitados", para não dizer explorados pelas empresas.
b) continuar a sua formação, pagando balúrdios para tirar um mestrado e dessa forma ser de alguma forma valorizados pelo mercado de trabalho.
É verdade que há jovens que se têm safado com a licenciatura, mas é um facto que também há muito boa gente em situação constrangedora. E, a não esquecer, que com Bolonha as licenciaturas vão começar a ser "banalizadas", passando a ser normal continuar a formação através dum mestrado, pagando enormidades para se conseguir alguma diferenciação no mercado.
Enviar um comentário