domingo, outubro 4

FARO: Gang dos pontos espanca polícia - Filhos do agente também foram apedrejados.

Agressão aconteceu no campo de futebol da Horta da Areia onde estavam a jogar os filhos do agente da PSP.



Nariz partido, cara inchada, uma dor nas costelas que lhe dificulta a respiração e um corte no queixo que foi suturado. É este o estado em que ficou um agente da PSP, espancado com cadeiras, socos e pedradas por um grupo de jovens em Faro. Os filhos do polícia também foram atingidos com pedradas. Os agressores fazem parte dos gangs da cidade algarvia que têm uma lista de pontos para premiar os crimes que praticam.

A agressão aconteceu por volta das 23h00 de terça-feira. Depois de assistir a um jogo no campo da Horta da Areia, entre as equipas onde jogam os filhos, o agente apercebeu-se de uma discussão.

“Um grupo de jovens tinha entrado no balneário e começou uma grande confusão”, contou ao CM uma testemunha. “Havia pedras pelo ar e os filhos do polícia foram apedrejados na cabeça”, diz. O agente interveio, identificando-se como PSP. “Eles responderam que, se era polícia, ainda era pior, e desataram a bater-lhe”, continua a mesma testemunha. Depois de levar com uma pedrada, que lhe partiu a cana do nariz, o agente caiu ao chão e as agressões continuaram. Com pedras e cadeiras, além de socos e pontapés.

“Durou uns 15 minutos. Primeiro eram uns 7 ou 8. Depois pararam, foram ao bairro e quando voltaram já eram uns 20”, descreve a testemunha da agressão. “Traziam mais pedras e só pararam quando chegou a patrulha da PSP.

”Só então o agente foi transportado ao Hospital de Faro, com os filhos, onde receberam tratamento e acabaram por sair às 04h00.

Mais tarde, o polícia acabou por identificar alguns dos agressores através de fotografias. “Fazem parte dos grupos de jovens que têm causado problemas na cidade”, confirmou fonte do comando da PSP. O polícia encontra-se de baixa de seis dias. Ontem, esteve com os filhos no hospital a fazer mais exames.

AGRESSORES IDENTIFICADOS

Quando o carro-patrulha da PSP chegou, os jovens colocaram-se em fuga e não foi possível identificá-los no local. Grande parte, no entanto, por pertencerem aos gangs referenciados, foi reconhecida pelo agente em fotografias.

"Os jovens desses grupos estão todos identificados", garantiu ao CM fonte da PSP. "Quando fazem alguma coisa, nós sabemos sempre quem foi", acrescentou.

Entretanto, ontem, empresários da noite de Faro e PSP voltaram a reunir-se. Em cima da mesa, uma vez mais, a segurança da zona dos bares. Na sequência do que já tinha sido decidido, um patrulhamento mais forte vai ser realizado nas noites de maior movimento. Tudo ficou definido e vai ser posto em prática já nesta semana.

DISCURSO DIRECTO "QUANDO AGRESSORES SÃO NOVOS É BEM PIOR", Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia

Correio da Manhã – Como avalia as agressões graves contra os profissionais da polícia, principalmente quando protagonizadas pelos mais jovens?
Paulo Rodrigues – Infelizmente temos assistido a um aumento não só do número de casos, mas também da gravidade das agressões aos agentes da PSP e sinto que isso já chegou a todas as idades. O que tenho notado é que quando os agressores são novos é bem pior, porque sabem que não são punidos. E quando actuam em grupo é muito mais violento. Isso confere-lhes maior confiança e prazer na agressão. Sendo assim, as consequências vão ser mais graves. – Considera, portanto, que quando se trata de violência contra a polícia a força é maior?
– Claro que sim. Quando se trata de gangs responsáveis por assaltos e outros crimes é pior, porque o bandido que consegue agredir um polícia ou outro elemento de qualquer autoridade vai ser visto no grupo como um verdadeiro herói, porque conseguiu derrubar uma pessoa que impõe a ordem. O pior é que as pessoas sabem que se o polícia reage vai ser castigado.
– O que propõe para evitar essa situação?
– A educação e formação baseadas nos princípios da cidadania pode ajudar muito. Aqui os pais e as escolas têm um papel fundamental, porque os mais novos têm de aprender que o trabalho de algumas pessoas, neste caso das forças de segurança, é impor a ordem e por isso têm de ser respeitadas. Depois as decisões judiciais têm de nos ajudar mais, porque só castigos mais severos poderão servir de exemplo para todos. – O que está a dizer é que as decisões dos tribunais nestes casos são brandas?
– Se não fossem demasiado brandas não havia tanta violência. Temos centenas de agentes agredidos este ano. Se nada for feito, os criminosos tendem a aperfeiçoar a sua actuação.

João Mira Godinho/ Magali Pinto
Fonte: Correio da Manhã

1 comentário:

Unknown disse...

Respeito???? depois daquilo que o governo fez com as leis, com a autoridade que tirou ás forças de segurança sucumbindo á amnistia internacional que não educa mas só defende quem faz merda, e ainda a outros poderes políticos, com a destruição massiva que fez dos pequenos valores familiares, só vai haver uma maneira de impor respeito é a mocada e agora aguentem que estamos quase a chegar ao Brasil. Mas toda a gente de bem já se apercebeu disto só o governo é que não. O governo até evita que as forças de segurança façam exercício não vão eles terem lesões, ou se calhar não os querem fortes para se poderem defender dos meliantes.É uma pena que o dinheiro dos contribuintes não seja empregue em boa segurança, para podermos circular nas ruas a vontade de dia ou de noite a qualquer hora.Os políticos borrifam-se para o povo pois andam guardados............