IMIGRANTES ILEGAIS CHEGAM AO ALGARVE DE BARCO

Vinte e três imigrantes ilegais, entre os quais cinco mulheres, com idades compreendidas entre os 16 e os 30 anos, foram ontem detidos no Algarve, junto à Ilha da Culatra, pela Autoridade Marítima e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), após o pequeno barco que os transportava ter dado à costa. É o primeiro caso conhecido de chegada de um navio de imigrantes ilegais à costa portuguesa. Os africanos andaram quatro dias à deriva. Chegaram esfomeados, desidratados, alguns evidenciando sintomas de hipotermia e outros com queimaduras.

Os imigrantes, de origem marroquina e subsariana, embarcaram no Norte de África com destino a Espanha numa embarcação de madeira com oito metros de comprimento e um motor de vinte e seis cavalos. O mau tempo empurrou o barco para junto da Ilha da Culatra, entre Faro e Olhão, onde encalhou. Foram avistados, cerca das 13h45, por populares, que deram o alarme às autoridades.

Num primeiro momento, ainda tentaram o diálogo em espanhol com as autoridades mas, quando perceberam que estavam em território português, começaram a discutir entre si. Quatro elementos tentaram a fuga a nado, mas foram detidos e transportados, tal como os restantes, para o Porto de Olhão, onde um grande aparato de segurança e assistência médica os aguardava.

Nos bolsos traziam apenas alguns figos e sandes, único alimento que sobrou dos poucos víveres que transportaram para uma viagem que pensaram ser de poucos dias.

“Perdemo-nos, íamos para Espanha, mas o motor avariou e demos à costa algarvia”, confessou, à chegada, um dos imigrantes.

Silvestre Correia, comandante da Marinha Portuguesa, confessou à Lusa que “Portugal pode passar a ser um destino de fluxos migratórios ilegais por via marítima se as primeiras vagas de imigração não forem detectadas”. O reforço do controlo da fronteira marítima espanhola “pode tornar Portugal destino desses imigrantes”, acrescentou o oficial da Marinha.

Noticia retirada do jornal Correio da Manhã online