quinta-feira, março 19

Geração Hipotecada

Confirma-se: Elegemos um Governo acéfalo.

Se dúvidas houvesse, ficaram hoje totalmente dissipadas.

A JSD/Faro já tinha anunciado, num anterior post sob a epígrafe "O nosso endividamento", a gravidade que o projecto TGV iria acarretar para nós, enquanto geração futura.


Hoje vieram a lume duas notícias preocupantes:

Por um lado, o facto de a natalidade estar a decrescer e ser previsível que em 2060 haja 1 jovem por cada 3 idosos.

A segunda, directamente correlacionada, é que o Governo decidiu optar por um traçado de alta-velocidade ferroviária (TVG) Lisboa-Porto «mil milhões de euros» mais caro do que a alternativa com entrada na capital pela margem Sul do Tejo, o qual já foi qualificado pelo PSD como um "erro histórico".

E de facto é. É de tal forma grave que só revela a clara despreocupação e total desprezo que este Governo tem para com a actual situação de crise que o país enfrenta.

Pergunta-se: há necessidade do TGV passar pelo Aeroporto da Portela? Dirão: não. Pois não. Não há necessidade. Até porque isso só irá contra o objectivo subjacente ao TGV, que é poupar tempo na ligação Lisboa-Porto. Mas o Governo considera que sim.

Também considera de extrema importância a ligação Lisboa - Madrid. Pergunta-se: será mesmo? não. Pois não. Não é de extrema importância, nomeadamente, pelo cálculo dos custos do petróleo e pela exígua alternativa que constitui face aos voos lowcost ou, até mesmo, ao veículo automóvel particular. Mas o Governo considera que sim.

Certo é que nós, enquanto geração "por conta de quem" se pretende justificar a obra, não se pode conformar com esta medida totalmente autista e ausente de sensibilidade política macroeconómica, pela razão essencial de, no futuro, ser confrontada com as consequências da má escolha feita pela geração anterior, suportando a pesada factura invocada no seu interesse.

3 comentários:

Anónimo disse...

A geração hipotecada?
De pessimistas e medrosos estão os cemitérios cheios. A vida continua e todo o mundo é composto de mudanças. O orgulhosamente sós de cofres a abarrotar de ouro e de divisas dos emigrantes para que nada se fizesse em termos de desenvolvimento do país foi Estado Novo que deu em Estado Velho e atrasado.

É evidente que os jovens desconhecem estas situações de pobreza franciscana de antanho(sim estas também eram de espírito).

É pena que pensem nos interesses (estratégicos e eleitoralistas) do PSD ( só porque está na oposição e não no governo) e não pensem no progresso do País como Nação que se deve afirmar no Mundo.

Não basta a afirmação da Língua Portuguesa no Mundo é necessário arranjar estratégias de desenvolvimento ao nível dos países mais desenvolvidos.

Já chega de Velhos do Restelo - de profectas da desgraça - de crenças - de carpideiras - de canções de maldizer - de curandeiros - de espíritas - de visionários - de salazarentos - de cinzentões...de palermas etc.

Anónimo disse...

Sim de facto, o mundo está repleto de palermas que pensam que o desenvolvimento só pode ser concebido com obras megalómanas e inúteis. Por acaso o progresso de um país mede-se pelo facto de ter ou não TGV? Os países europeus mais prósperos nao precisaram de nenhum para serem os mais desenvolvidos. E isto, certamente, porque têm dirigentes com visão estratégica e de planeamento a longo prazo, capazes de tomar decisões que, para além de não comprometerem as gerações futuras, revelam sensibilidade, bom senso e, acima de tudo, uma cultura e ética de responsabilidade que deveria servir de paradigma a muitos no nosso país.

Anónimo disse...

O TGV é uma fantasia inútil. Não temos credibilidade para pedir dinheiro lá fora para fazer o projecto até porque não temos garantias para dar. No caso do aeroporto de alcochete existem os terrenos da portela que vão ser usados como garantia, como hipoteca, como futuro negócio de especulação imobiliária. No TGV não há lucro e não há nada para dar em troca. Nenhum privado vai emprestar dinheiro para fazer aquilo. O TGV nunca vai sair do papel...