quinta-feira, fevereiro 28

TRANSGÉNICOS – SIM OU NÃO?

Os Transgénicos, ou OGMs (organismos geneticamente modificados), são seres vivos criados em laboratório com técnicas da engenharia genética que permitem transferir genes de um organismo para outro, mudando a forma do organismo e manipulando a sua estrutura natural com a finalidade de obter características específicas. Não há limites para esta técnica, uma vez que é possível criar “n” combinações, como por exemplo: animais com genes de plantas, plantas com genes de bactérias, etc.

Embora a biotecnologia e a genética traga indiscutíveis vantagens para o desenvolvimento da nossa sociedade e da nossa qualidade de vida, os riscos para o ambiente e para a saúde humana associados a estas engenharias são em alguns casos muito elevados. Falando concretamente do caso dos transgénicos, os testes para provar sua segurança ainda são muito superficiais. Experiências e projectos de investigação destinados a testar a segurança ambiental são normalmente de curta duração e realizados em pequena escala (ensaios cirúrgicos e específicos). Estes testes, raramente duram mais do que uma estação, enquanto os estragos ambientais podem levar anos a tornarem-se visíveis.

Actualmente, já existem estudos que provam que algumas variedades transgénicas prejudicam gravemente o tratamento de algumas doenças do Homem e de animais. Isto ocorre porque algumas culturas possuem genes de resistência antibiótica. Se o gene resistente atingir uma bactéria nociva, pode conferir-lhe imunidade ao antibiótico, aumentando a lista, já alarmante, de problemas médicos envolvendo doenças ligadas a bactérias imunes.

É fundamental referir, que cada transgénico é muito diferente do outro, dependendo das características de cada ser vivo e dos genes que foram inseridos. Por isso, não se pode falar de um modo geral que os transgénicos são seguros ou não são seguros. Para se poder afirmar com toda a certeza que um determinado produto transgénico e seguro ou não, são necessárias avaliações individuais para cada novo produto. O gene inserido muitas vezes não produz apenas a característica desejada, uma vez que interage com o restante do código genético e tem o potencial de induzir à produção de substâncias secundárias inesperadas. São estas substâncias que podem causar alergias e outros problemas de saúde e que ao mesmo tempo são difíceis de prever nos testes laboratoriais.

Por outro lado existem alguns alimentos transgénicos que se mostram mais nutritivos do que os alimentos convencionais como é o caso do arroz dourado (Oryza sativa) que tem grandes quantidades de betacaroteno (substância que origina a vitamina A). Outros ainda, podem agregar genes responsáveis pela produção de hormonas ou substâncias químicas que ajudam a evitar doenças, como o tomate transgénico que produz flavonóides (um tipo de antioxidante) em grandes quantidades.

Em conclusão, apesar de ser prematuro fechar a porta a este tipo de alimentos, até porque as metodologias com um padrão aceitável de segurança estão em franco desenvolvimento, a realidade é que actualmente ainda é muito arriscado consumi-los uma vez que só daqui a uns anos é que nos vamos aperceber das reais implicações que estes produtos têm na saúde humana e no ambiente.

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