Os Transgénicos, ou OGMs (organismos geneticamente modificados), são seres vivos criados em laboratório com técnicas da engenharia genética que permitem transferir genes de um organismo para outro, mudando a forma do organismo e manipulando a sua estrutura natural com a finalidade de obter características específicas. Não há limites para esta técnica, uma vez que é possível criar “n” combinações, como por exemplo: animais com genes de plantas, plantas com genes de bactérias, etc.
Embora a biotecnologia e a genética traga indiscutíveis vantagens para o desenvolvimento da nossa sociedade e da nossa qualidade de vida, os riscos para o ambiente e para a saúde humana associados a estas engenharias são em alguns casos muito elevados. Falando concretamente do caso dos transgénicos, os testes para provar sua segurança ainda são muito superficiais. Experiências e projectos de investigação destinados a testar a segurança ambiental são normalmente de curta duração e realizados em pequena escala (ensaios cirúrgicos e específicos). Estes testes, raramente duram mais do que uma estação, enquanto os estragos ambientais podem levar anos a tornarem-se visíveis.
Actualmente, já existem estudos que provam que algumas variedades transgénicas prejudicam gravemente o tratamento de algumas doenças do Homem e de animais. Isto ocorre porque algumas culturas possuem genes de resistência antibiótica. Se o gene resistente atingir uma bactéria nociva, pode conferir-lhe imunidade ao antibiótico, aumentando a lista, já alarmante, de problemas médicos envolvendo doenças ligadas a bactérias imunes.
É fundamental referir, que cada transgénico é muito diferente do outro, dependendo das características de cada ser vivo e dos genes que foram inseridos. Por isso, não se pode falar de um modo geral que os transgénicos são seguros ou não são seguros. Para se poder afirmar com toda a certeza que um determinado produto transgénico e seguro ou não, são necessárias avaliações individuais para cada novo produto. O gene inserido muitas vezes não produz apenas a característica desejada, uma vez que interage com o restante do código genético e tem o potencial de induzir à produção de substâncias secundárias inesperadas. São estas substâncias que podem causar alergias e outros problemas de saúde e que ao mesmo tempo são difíceis de prever nos testes laboratoriais.
Por outro lado existem alguns alimentos transgénicos que se mostram mais nutritivos do que os alimentos convencionais como é o caso do arroz dourado (Oryza sativa) que tem grandes quantidades de betacaroteno (substância que origina a vitamina A). Outros ainda, podem agregar genes responsáveis pela produção de hormonas ou substâncias químicas que ajudam a evitar doenças, como o tomate transgénico que produz flavonóides (um tipo de antioxidante) em grandes quantidades.
Em conclusão, apesar de ser prematuro fechar a porta a este tipo de alimentos, até porque as metodologias com um padrão aceitável de segurança estão em franco desenvolvimento, a realidade é que actualmente ainda é muito arriscado consumi-los uma vez que só daqui a uns anos é que nos vamos aperceber das reais implicações que estes produtos têm na saúde humana e no ambiente.
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