sexta-feira, julho 7

O Simplex é «um embuste»

O PSD andou a estudar as medidas de «emagrecimento» do Estado que o Governo anunciou e concluiu que «a esmagadora maioria é pura propaganda». Em entrevista ao PortugalDiário, Agostinho Branquinho, líder da distrital do Porto do PSD, deu um exemplo: «O primeiro-ministro anunciou que ia anular 38 organismos na Presidência do Conselho de Ministros. Sabe quantos são anulados de facto? Dois! Ou seja, 36 são mantidos. Vão para ali, para acolá, são dispersos noutros ministérios, vão ter outras tutelas».
Ou seja, segundo o PSD, o Governo não vai extinguir 187 organismos com o PRACE (Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado). Segundo o levantamento que está a fazer, Agostinho Branquinho só encontra 50 organismos extintos, adianta ao PortugalDiário.
«O Simplex é um embuste»
Mas não é só o PRACE que o deputado social-democrata critica. O Simplex (Programa de Simplificação Administrativa e Legislativa) que visa acabar com a papelada na Função Pública também ladra mais do que morde. «O registo criminal que conta 95 vezes nas medidas do Simplex. O Governo anunciou 333 medidas, mas um terço destas prendem-se com o registo criminal. É um embuste afirmar que se tratam de 333 propostas!».
A propaganda funcionou até agora, defende Agostinho Branquinho, mas ressalva que o «marketing político» do PS tem os dias contados. O social-democrata defende que um dos erros mais graves do Executivo de José Sócrates é estar a exagerar na dose de optimismo. «Pintou um cenário cor-de-rosa, mas as pessoas não estão a ver concretizadas as suas expectativas e vão começar a perceber o peso da propaganda».
Outro erro grave do Governo foi aumentar os impostos, afirma o social-democrata. A decisão do Sócrates «prejudicou a economia real», diz o deputado do PSD. A subida dos impostos «desacreditou os partidos políticos em geral», defende.
Para Agostinho Branquinho, ainda não se tinha vivido, nos últimos 30 anos, um clima tão hostil em relação aos políticos. «Só se pode comparar este clima com a fase final da I República. E isto é um aviso porque todos sabemos o que aconteceu depois da I República».
Os dirigentes contribuíram para a má fama que têm, afirma. «Os políticos em Portugal têm dado para esse peditório». Que erros cometem? «Têm uma linguagem difícil que as pessoas não entendem. Muitas vezes, no jogo político, falamos em sentido figurado, não explicamos de forma vincada aquilo que nos distingue dos outros»-
In PortugalDiário

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