sábado, fevereiro 7

Faro foge à Carta Energética do concelho



"Se o Algarve aderir à “Carta Energética do concelho” pode poupar vários milhões de euros em consumos energéticos. Catorze das dezasseis câmaras algarvias, à excepção de Faro e São Brás de Alportel, estão a aderir à "Carta Energética do concelho", indicou a Agência Regional de Energia Ambiental do Algarve (AREAL).

"Tal como há a "Carta Educativa", que é o planeamento da rede escolar, há a "Carta Energética" que é um plano com a descrição dos fluxos energéticos do concelho, explicou à Lusa Macário Correia, o presidente da AREAL.No fundo é ter uma política energética a nível concelhio que permite saber que poupanças se podem efectuar, e que podem chegar a vários milhares de euros, defendeu Macário Correia.

"Saber o que é que gastamos de energia e de onde é que ela vem, e por outro lado, ver onde se pode reduzir os consumos e onde se podem fazer melhorias de eficiência energética" são alguns dos objectivos, explicou Macário Correia.


O director da AREAL, José Torrão, por seu turno, recordou que num estudo realizado entre 2001 e 2006, em todos os concelhos algarvios, excepto Lagoa e São Brás de Alportel, conseguia-se poupar "1,4 milhões de euros sem um tostão de investimento" só na melhoria de contratos dos consumidores de meia tensão e baixa tensão especial. Conhecer os consumos reais de energia eléctrica e compará-los com a factura da EDP pode permitir poupar, só em iluminação pública, entre dois a três mil euros por ano numa Câmara como a de Albufeira, mencionou ainda o director da agência AREAL.


A "Carta Energética" é uma espécie de "google earth" (pesquisa com imagens de satélite, terrenos e edificações a três dimensões) que com mapas normais e fotos aéreas permite fazer um "zoom" num sítio da Internet e ver os edifícios das câmaras.


Todos os consumos, auditorias energéticas, aparelhos electrodomésticos, projectos realizados e a decorrer, entre outras informações, é possível conhecer através da "Carta Energética do concelho", enumera José Torrão, da AREAL."Os edifícios camarários vão estar geo-referenciados o que vai permitir saber, por exemplo, quanto gastam em iluminação pública", acrescenta, referindo que a maior das câmaras "só sabe quanto paga, mas não sabe quanto gasta detalhadamente para poder poupar.


Serve também de prova para perceber se as facturas estão correctas e poder contrapô-las com outras informações credíveis, sustenta a AREAL, empresa que está a concretizar o projecto Carta Energética do concelho.
As Câmara de Albufeira e Tavira são as que estão em fase mais avançada no processo, logo seguidas das autarquias de Lagos, Portimão e Aljezur, enquanto que Loulé está ainda em fase de estudo.


Faro e São Brás de Alportel ainda não mostraram vontade de estabelecer o protocolo com a AREAL, informou aquela agência.


A Lusa contactou a Câmara de Faro, e segundo o presidente José Apolinário, aquela autarquia "prefere tirar partido do protocolo estabelecido entre a Associação Nacional de Municípios Portugueses e a EDP para fazer estudos de controlo energético".


A AREAL é uma associação de direito privado sem fins lucrativos e foi constituída em Julho de 2000 no âmbito do Projecto SAVE II da Comunidade Europeia."

Fonte: Observatório do Algarve
De facto não se percebe esta decisão da autarquia farense, pois com a dificuldade financeira que apresenta, a adopção da carta energética para o concelho poderia ser um excelente instrumento para identificar os locais de maior consumo energético, implementando em seguida medidas de gestão ambiental que poderiam reduzir significativamente os consumos energéticos e consequentemente a factura energética.

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